
Para muitos médicos, principalmente aqueles que estão no início da carreira ou abrindo sua própria clínica, surge uma dúvida recorrente: vale a pena atender por plano de saúde?
A resposta não é simples, já que depende do perfil do profissional, da especialidade, da localização da clínica e dos objetivos a médio e longo prazo.
Neste artigo, a AJMED, preparou uma análise completa e imparcial dos prós e contras de atender por convênios médicos. Nosso objetivo é ajudar você a refletir com clareza sobre essa decisão tão importante para a sua carreira.
[elementor-template id="2628"]Antes de tudo, é importante entender como funciona a relação entre médicos e operadoras de planos de saúde.
Quando um profissional ou clínica opta por atender por convênios, ele se credencia à operadora, firmando um contrato com condições previamente estipuladas, incluindo os valores de repasse, tempo de atendimento, glosas e critérios de reajuste.
As operadoras dos planos de saúde são empresas credenciadas e fiscalizadas pela ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, que funcionam como intermediários entre médicos e pacientes.
O beneficiário paga uma mensalidade ao plano, e o médico recebe da operadora pelos atendimentos realizados, geralmente com valores tabelados por consulta ou procedimento.
Mas será que essa relação vale a pena financeiramente e estrategicamente para o profissional de saúde? Vamos analisar.
Para começar a nossa análise, vamos verificar quais são as principais vantagens de atender por plano de saúde. Afinal, as operadoras podem oferecer como benefício?
Um dos principais atrativos dos planos de saúde é o aumento da demanda. Médicos recém-formados ou clínicas que ainda estão consolidando sua reputação podem se beneficiar de um volume maior de agendamentos, vindos diretamente da base de beneficiários da operadora.
Essa visibilidade inicial pode ser útil para:
Atendendo por convênio, o médico não precisa investir tanto em divulgação ou marketing digital, já que o plano de saúde atua como canal de captação.
Muitas operadoras possuem sistemas de busca de profissionais que facilitam o agendamento diretamente pela plataforma da seguradora.
Como o paciente já paga o plano mensalmente, ele tende a escolher o médico credenciado em vez de buscar atendimentos particulares.
Na prática, isso diminui a resistência ao agendamento e reduz os índices de desistência por questões financeiras.
Apesar das vantagens, é preciso atenção: atender por plano de saúde também tem limitações significativas, especialmente no que diz respeito à remuneração e autonomia profissional.
Uma das principais críticas dos médicos é a remuneração extremamente baixa oferecida pelos planos de saúde.
Em muitos casos, os valores pagos por consulta variam entre R$ 30,00 e R$ 80,00 muito abaixo do valor cobrado em atendimentos particulares, que pode ultrapassar R$ 500,00 dependendo da especialidade.
Para compensar essa defasagem, o profissional precisa atender um grande número de pacientes por dia, o que leva ao próximo ponto.
Para conseguir manter a clínica financeiramente viável com os valores pagos pelos planos, muitos médicos se veem obrigados a reduzir o tempo médio de consulta para 10 ou 15 minutos. Isso pode comprometer:
Essa padronização e alta demanda podem levar à sensação de “linha de produção”, o que afeta diretamente o bem-estar do profissional.
Muitos médicos relatam frustração com a burocracia das operadoras e a ocorrência frequente de glosas, ou seja, não pagamento de consultas ou procedimentos por motivos como códigos errados, prazos expirados ou inconformidades no preenchimento.
Além do trabalho clínico, o profissional ou sua equipe administrativa precisa acompanhar de perto o faturamento, reapresentar guias negadas e recorrer de glosas, o que consome tempo e energia.
Outro ponto crítico é a falta de previsibilidade nos reajustes. Os planos de saúde, na maioria dos casos, reajustam os valores pagos aos médicos em percentuais inferiores à inflação médica anual, o que contribui para a desvalorização progressiva da consulta.
Em outras palavras, o médico trabalha mais, mas ganha proporcionalmente menos ao longo do tempo.
A decisão entre atender por planos de saúde ou de forma particular deve considerar os objetivos profissionais, estrutura da clínica, localização geográfica e posicionamento de mercado.
Veja abaixo um comparativo entre os dois modelos:
| Critério | Plano de Saúde | Atendimento Particular |
| Volume de pacientes | Alto | Baixo a moderado (depende da reputação) |
| Valor por consulta | Baixo (R$ 30 a R$ 80) | Alto (R$ 200 a R$ 500+) |
| Tempo de atendimento | Reduzido (10-15 min) | Maior (30-60 min) |
| Burocracia | Alta (glosas, guias, prazos) | Baixa |
| Custo com marketing | Menor | Maior (requer estratégia digital) |
| Autonomia profissional | Limitada | Alta |
| Qualidade percebida | Menor (padronização) | Maior (personalização) |
| Satisfação do médico | Variável | Geralmente maior |
Independentemente do modelo de atendimento que você escolha, é fundamental contar com uma contabilidade especializada na área médica para te apoiar na gestão financeira, na redução da carga tributária e na estruturação correta da sua empresa ou consultório.
A AJMED oferece:
Atender por plano de saúde pode ser vantajoso em algumas situações, especialmente para médicos que estão começando, desejam lotar a agenda rapidamente ou não têm estrutura de marketing digital.
No entanto, a baixa remuneração, a burocracia e a perda de autonomia são pontos que devem ser considerados com atenção.
Por outro lado, o atendimento particular permite mais liberdade, qualidade e retorno financeiro, embora exija posicionamento, paciência e investimento em divulgação.
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Fundador e CEO da AJMED – Contabilidade Médica e euContador – Contabilidade Digital, tendo mais de 20 anos de experiência no mercado contábil. Possui mais de 3500 alunos, 250 CNPJs sob gestão e mais de 200 médicos em seu escritório. Possui a formação Academia de Contabilidade Médica, que forma centenas de alunos todos os anos.