A fiscalização do PIX é um tema que vem chamando cada vez mais atenção no ambiente dos serviços de saúde.
Desde o surgimento do sistema de pagamentos instantâneos em 2020, o PIX se tornou uma das formas mais simples e rápidas de realizar transações financeiras no Brasil, permitindo a médicos, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas e outros profissionais da área receber pagamentos de maneira instantânea, inclusive para atendimentos particulares.
No entanto, a Receita Federal passou a observar com mais rigor essas operações, a fim de coibir possíveis fraudes ou omissões de receita.
Dessa forma, profissionais de saúde que utilizam o PIX em sua rotina precisam atentar-se a exigências fiscais e administrativas, de modo a evitar problemas futuros.
Neste artigo, vamos esclarecer como se dá a fiscalização do PIX, por que isso interessa diretamente aos médicos e demais profissionais da saúde, e quais cuidados devem ser tomados para não incorrer em riscos tributários ou irregularidades.
Fique conosco até o final para entender todos os detalhes e saber como manter sua prática profissional em conformidade com as normas vigentes.
O PIX foi lançado com o intuito de facilitar pagamentos e transferências entre pessoas e empresas, sem limites de horários e em todos os dias da semana.
A rapidez e a gratuidade (ou custo muito baixo) para muitas transações contribuíram para que este meio fosse rapidamente adotado por milhões de brasileiros, incluindo autônomos e prestadores de serviço.
Entretanto, essa mesma facilidade e flexibilidade chamaram a atenção da Receita Federal, que passou a temer que volumes substanciais de dinheiro pudessem circular sem o devido registro, abrindo espaço para sonegação fiscal ou ocultação de rendas.
A partir disso, a fiscalização do PIX tornou-se mais robusta e periódica, com as instituições financeiras tendo que reportar transações acima de certos valores mensais ao Fisco.
Médicos, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas e outros profissionais da saúde costumam atuar como autônomos. Nessa situação, é comum receber pagamentos diretamente de pacientes, muitas vezes via PIX.
Se esse volume de recebimentos não for declarado de forma apropriada na Declaração de Imposto de Renda, cria-se uma lacuna que a Receita Federal pode identificar como omissão de rendimentos.
Por isso, a fiscalização do PIX encontra nesses profissionais um foco relevante. O Fisco checa se a soma de valores recebidos em um determinado período coincide com o que foi declarado como renda no Imposto de Renda ou no Carnê-Leão.
Se houver inconsistência, o profissional pode ser chamado a prestar esclarecimentos ou até mesmo autuado por sonegação.
O Banco Central e a Receita Federal definiram que as instituições financeiras (bancos, fintechs e plataformas de pagamento) devem compilar e reportar movimentações do PIX que ultrapassem determinados montantes mensais. Normalmente:
Esses dados incluem quem enviou, quem recebeu, o valor e a data. Após esse reporte, a Receita cruza essas informações com as declarações do profissional de saúde, detectando eventuais discrepâncias que possam sugerir omissão de renda.
Registre cada atendimento: Seja em um livro-caixa, planilha ou sistema eletrônico, anote as informações da consulta (data, valor, paciente). Em seguida, associe esse registro ao pagamento via PIX.
Emita recibos ou notas fiscais: Profissionais autônomos podem fornecer recibos aos pacientes. Isso facilita muito a comprovação de rendimentos. Se o profissional tiver uma empresa, a emissão de nota fiscal pode ser obrigatória.
Declare todos os valores: No caso de profissionais autônomos, os valores recebidos devem constar no Carnê-Leão mensal ou, em alguns regimes específicos, na contabilidade da empresa, se houver CNPJ.
Separe contas pessoais e profissionais: Essa prática simplifica o controle e reduz o risco de incoerência durante a apuração de rendas e despesas.
Evite grandes valores sem justificativa: Caso você precise receber um valor expressivo, certifique-se de ter um documento formal (contrato de empréstimo, doação etc.) se não for rendimento de sua atividade.
Ter uma conta exclusiva para os atendimentos privados é um bom começo, pois facilita a conciliação financeira.
Ainda assim, você precisa declarar os valores na ficha de rendimentos tributáveis (no caso de pessoa física) ou registrá-los na contabilidade da empresa (se houver CNPJ).
Se você recebe menos de R$ 5 mil mensais via PIX, seu banco não reporta ao Fisco.
Mesmo assim, sonegações podem ser detectadas se houver outras fontes ou se a Receita cruzar dados de diferentes períodos. É recomendável declarar corretamente, independente do valor.
Sim, caso exista inconsistência entre o volume de PIX recebido e o que você lançou na declaração.
A malha fina é a forma que a Receita Federal tem de sinalizar que há algo a esclarecer, podendo exigir recibos, notas ou comprovantes bancários.
A intensificação da fiscalização do PIX reforça a necessidade de médicos, dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e tantos outros profissionais da saúde manterem a transparência e a organização de seus rendimentos.
Embora o PIX seja uma ferramenta extremamente útil e cômoda para receber pagamentos de pacientes, é crucial que os valores recebidos sejam declarados à Receita Federal, de forma coerente com as notas fiscais ou recibos emitidos.
Quem negligenciar esse processo pode enfrentar multas elevadas, cair em malha fina e até responder a processos por sonegação.
Assim, contar com uma boa rotina de registros, separar contas bancárias, emitir recibos médicos adequados e, se necessário, avaliar a abertura de um CNPJ para otimizar impostos são medidas que evitam problemas futuros.
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