Glosa médica é um termo amplamente utilizado no setor de saúde para se referir a uma recusa ou redução de pagamento por parte de planos de saúde ou convênios em relação a procedimentos realizados por clínicas e profissionais médicos.
Embora seja frequentemente vista como um problema que prejudica o faturamento das instituições de saúde, a glosa médica pode se tornar uma aliada interessante para a redução de impostos, desde que seja administrada adequadamente.
Neste artigo, vamos analisar como a glosa médica impacta o dia a dia das clínicas, por que o controle desse indicador é fundamental e como ele pode servir de ferramenta estratégica para melhorar a gestão tributária, minimizando valores pagos indevidamente em tributos.
Por fim, apresentaremos dicas de boas práticas e ressaltaremos como uma contabilidade especializada pode apoiar todo esse processo.
Para entender como a glosa médica pode servir de ferramenta na redução de impostos, é importante esclarecer primeiramente o conceito.
Glosa é um termo contábil e administrativo que indica a recusa – integral ou parcial – de um reembolso ou pagamento solicitado, na maior parte das vezes, a planos de saúde e convênios.
No dia a dia de uma clínica, o processo funciona basicamente assim:
As glosas podem acontecer por diferentes razões, como erro de preenchimento de formulários, códigos de procedimentos incorretos, falta de documentação ou até dúvidas a respeito da real necessidade do serviço.
Qualquer falha documental, contábil ou de registro pode resultar no não pagamento do valor cobrado.
É evidente que as glosas representam um problema financeiro. Afinal, a recusa de pagamento significa que a clínica deixa de receber parte do valor referente à prestação de serviços, gerando problemas de fluxo de caixa e, em casos extremos, comprometendo a sustentabilidade do negócio.
A palavra “glosa” geralmente carrega um sentido negativo, pois o não recebimento esperado pode desencadear:
Apesar disso, há um aspecto muitas vezes ignorado: uma gestão eficiente de glosas pode corrigir equívocos de registro e alinhá-los adequadamente na contabilidade da empresa, gerando impactos positivos na carga tributária. A seguir, veremos como esse processo pode ocorrer.
Embora a glosa médica inicialmente pareça um inimigo, há uma lógica contábil pela qual uma glosa adequada pode ajudar a reduzir a base de cálculo de impostos.
Se, na prática, a clínica não recebe o valor de uma conta médica por causa de divergências, esse montante não deve constar como receita efetiva em seus registros financeiros.
No entanto, muitas clínicas acabam contabilizando o valor integral como receita ao emitir a nota fiscal, mesmo sem ter recebido plenamente aquele pagamento. Isso gera duas consequências negativas:
Pagamento de impostos sobre valores não recebidos: A clínica pode estar recolhendo tributos, como ISS, PIS, COFINS ou até IRPJ e CSLL, sobre montantes de que não usufruirá.
Inconsistências contábeis: Se a contabilidade não reflete corretamente as glosas, a demonstração de resultados fica distorcida, afetando indicadores de lucratividade.
Logo, quando um trabalho adequado de “conciliar” as glosas é realizado – no sentido de ajustar a contabilidade aos valores efetivamente recebidos – a base tributável se torna mais próxima da realidade.
Em outras palavras, a glosa médica serve como um sinalizador de que parte da receita originalmente esperada não foi concretizada. Com esse sinal, a clínica pode evitar impostos desnecessários, pagando somente sobre aquilo que, de fato, entrou em seu caixa.
Dependendo do porte da clínica e de seu faturamento, é possível escolher diferentes regimes tributários:
Simples Nacional: Ideal para clínicas com faturamento anual até R$ 4,8 milhões. Em geral, é mais simplificado em termos de declarações, mas pode não ser o mais vantajoso tributariamente quando se lida com valores expressivos de glosas.
Lucro Presumido: A tributação se baseia em uma margem de lucro presumida, e a clínica paga imposto sobre determinado percentual do faturamento. Se as glosas são altas, pode ser necessário analisar se o valor presumido fica muito acima da receita efetiva.
Lucro Real: Mais complexo, mas fornece maior flexibilidade para deduzir despesas e ajustar a base tributável, incluindo valores efetivamente recebidos. Para clínicas de maior porte ou com alta variação nos recebimentos, pode ser uma opção vantajosa.
Em todos os casos, a contabilidade deve registrar com clareza as receitas e as glosas, permitindo que a apuração dos impostos reflita a realidade do caixa.
A adoção de uma contabilidade especializada em saúde é um divisor de águas para clínicas que desejam utilizar a glosa médica como ferramenta para redução de impostos. Esse tipo de contabilidade traz benefícios como:
Uma parceria sólida com uma contabilidade que entende as particularidades do setor médico permite que os esforços de controle de glosas sejam convertidos em vantagens competitivas e não apenas em mais burocracia.
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